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AUTOR

WILLIAN PORTO

ESPECIALSITA EM MARKETING

Trabalhei mais de 17 anos com SEO. Experiência em diversas mídias e aficionado por marketing, canais e, principalmente com Conteúdo.
Descubra comigo como fazer conteúdo útil, relevante e itneressante para seu usuário.

Conteúdo e originalidade: dos grandes mitos ao que realmente importa na Inteligência Artificial, como ChatGPT

Um dos tópicos mais debatidos quando se fala de conteúdo e Inteligência Artificial é sobre a originalidade.

Será que vão monetizar as fontes?

É possível proibir meu site de ser usado como fonte?

Perguntas como essas são feitas a todo momento.

Prepara-se agora para discutirmos sobre a originalidade e sua aplicação no mundo artificial.

Você acha o conteúdo do ChatGPT original?
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Quem cria o quê?

Nos meus primeiros anos estudando Letras, aprendi rapidamente algo que nunca esqueci. Uma ideia, por mais inovadora que fosse, não era originada pela pessoa que é concebida como autora.

Uma grande ideia nada mais é que uma grande colcha de retalhos. Os grandes autores, cânones, não escreveram o que escreveram por inspiração. Ao contrário, muita transpiração com grandíssima influência de milhares que estavam com ele ou vieram antes (talvez, muito antes).

As influências em qualquer grande literatura remontarão a ela própria. É impossível, nesse caso, procurar fontes ou originais.

Marina Soares diz:

“Quando lemos autores renomados, que redefiniram ou até criaram gêneros, é um tanto natural imaginá-los como “os originais”, com ideias nunca vistas. Nessas histórias há, de fato, uma criatividade e um tom únicos ao autor, mas originalidade? É bem raro que aquela história nunca tenha sido feita antes.
Nós, como seres humanos, contamos histórias há milênios, portanto é lógico que elas irão se repetir. Uma enorme quantidade das narrativas que hoje amamos e admiramos, por exemplo, baseiam-se na “jornada do herói”, uma estrutura muitíssimo conhecida e usada”.

Odisseia Consultoria
Entenda sobre o Mito da Originalidade

Cópia e pastiche

Quando falamos em cópia, disfarçamos sua origem. É o que vemos, de vez em quando em obras acadêmicas.

Por outro lado, o pastiche está mais próximo de tudo quanto vemos na Internet e produção de conteúdo:

Segundo discussões, o plágio é tido como uma imitação velada, maquiada, de uma obra. Nesses casos, o “autor” se empenha em disfarçar e omitir a origem da obra utilizada como matriz estética, estilística ou de argumento, ou qualquer outra variável literária ou artística. E, se indagado sobre, ele nega.
Já o pastiche é a imitação rude de outros criadores – escritores, pintores, entre outros – com intenção pejorativa, ou uma modalidade de colagens e montagens de vários textos ou gêneros, compondo uma espécie de colcha de retalhos textual. A tradução se insere na esfera da intertextualidade, porque o tradutor recria o texto original.

Revista Sísifo

Panorama atual

A forma com que a atual criação de conteúdo vive é a melhor explicação para o tema.

Primeiro, redatores pesquisam por determinado tópico, anotando as informações que acreditam ser essenciais. Depois, montam um texto próprio, derivado de tudo que assimilou.

Bons profissionais de SEO, inclusive, acreditam que a regra é fazer um conteúdo 10 vezes mais completo que seus concorrentes.

Isso nada mais é que a colcha de retalhos em sua plenitude. Um amontoado de ideias contidas em vários locais diferentes para criar algo único.

Inclusive, essa estratégia é chamada de Skyscraper:

Fonte: ChemDigital – Traduzido por IA.

Nesse caso, por mais que você queira citar a fonte primária, dificilmente você conseguirá atribuir ao primeiro criador os créditos. Dentro do seu tópico, as pessoas usaram o anterior como base, que já tinha usado outro da mesma forma.

Mesmo quem chegou primeiro também usou algum recurso também.

"Nos textos da Internet, é impossível pensar estritamente por fonte, uma vez que os conteúdos são fonte para novas produções e até mesmo para que os concorrentes façam um melhor". Click To Tweet

Nisso, o ChatGPT é rei. Ele contém textos em várias línguas, fazendo com que a “colcha de retalhos” seja ainda maior, se comparado com um redator humano.

Por mais que você tente, você não será inédito

É verdade que tenho repulsa ao senso comum. Normalmente, as ideias mais divulgadas não são as mais interessantes para as pessoas.

Mas elas consomem aquilo mesmo assim. Foi por isso que esse espaço nasceu.

Por outro lado, preciso confessar que aqui não é um local de ideias inéditas. Com o Yahoo! Respostas, entendi que toda dúvida que eu tinha também já tinha passado pela cabeça de outras pessoas.

É comum, entretanto, achar que somos dotados de pensamentos exclusivos, pertencentes apenas a nós, uma casta privilegiada.

Então, advirto. O que penso também passou pela cabeça de muita gente. Sou a síntese de diversas leituras, vídeos e experiências.

Não sou inédito. Mas sou original.

"É comum achar que pessoas são dotadas de pensamentos exclusivos, pertencentes apenas a uma casta privilegiada. Entretanto, seja o que for, isso já passou pela cabeça de muita gente. Síntese de diversas experiências". Click To Tweet

Qual o caminho da originalidade?

Mariana Soares bem diz:

Desistir da busca pela originalidade não é ruim, pelo contrário. Significa que, ao invés de se debater para tentar encontrar uma ideia nunca antes feita, e se frustrar com a quase impossibilidade de fazê-lo, deparamo-nos com uma nova questão: como fazer esse conceito antigo ser algo único?
O truque está em combinar as ideias que já existem, assim como Mary Shelley fez na criação de seu monstro. Para fazer isso, basta olhar ao seu redor, ao que está acontecendo no mundo, aos tipos de discussões que estão sendo feitas, e deixar isso influenciar na escrita. É importante, também, consumir arte, de todos os tipos: filmes, séries, música, pinturas, dança, livros. Um dos conselhos mais usual que escritores recebem é que leiam muito, todo tipo de coisa, porque é aí que se acha inspiração.

Odisseia Consultoria

O ChatGPT ou qualquer nova tecnologia que apareça não conta como plágio por lidar com um banco de dados incrível para criar.

Alguém pode dizer que IAs não criam nada. Teoricamente, elas apenas sintetizam o que já existe. É verdade. Mas nós fazemos o mesmo processo, como vimos.

ChatGPT pode ajudar a melhorar a experiência para seu público

Qual o caminho para adição de valor?

Se superarmos a ideia de originalidade, poderemos caminhar para outra, mais relevante: o que, no final das contas, estamos querendo fazer?

Ser ou não original é pouco importante para o marketing. Muitos conceitos, por mais batidos que sejam, trazem resultados. Outros, por mais inovadores que sejam, passam desapercebidos.

Na produção textual, precisamos pensar no que estamos adicionando em valor para as pessoas que verão o que será produzido.

Prompt, ação

Algumas pessoas no LinkedIn ridicularizaram pessoas que colocaram livros feitos com ChatGPT à venda. Por que alguém pagaria por algo que pode ser gerado gratuitamente, perguntaram.

O que essas pessoas não entenderam é que o poder nunca está em uma ferramenta qualquer, mas naquilo que é feito por ela.

No caso do Chat GPT, por exemplo, não basta apenas tê-lo disponível para si. É necessário saber o que pedir.

Nossas histórias infantis mostram muito bem como encontrar com gênios pode não ser uma boa ideia. Ele nos dá exatamente aquilo que pedimos. Se não sabemos pedir, recebemos mal.

Pica-pau mostra quanto pedir bem é difícil

Por outro lado, ao saber o que pedir, podemos ter algo inédito e até mesmo inovador.

Jornal Português afirma que o número de livros escritos pelo ChatGPT já passou dos 200

Mix de informações

Se você der ao ChatGPT informações que ninguém têm acesso, ele dará respostas que ninguém produziu.

Mas você pode ir além disso. Sabendo quais são os pontos relevantes para sua audiência, inclua conteúdos que somarão à jornada dele.

Há um vídeo no Youtube que você gostou? Adicione à postagem! Passou por uma experiência que colabora com o ponto? Adicione à postagem.

Verdade seja dita: nossa luta não é contra a originalidade, mas contra a mediocridade.

Fuja do medíocre

A forma com que produzimos conteúdo até hoje é muito medíocre. Como ressaltamos acima, juntamos muita informação e sintetizamos para que seja encontrada no Google.

Sobre isso, veja:


Aprendemos a assimilar, duplicar e replicar blocos de textos para que ficassem bem posicionados no Google.

Agora, há quem faça isso melhor que a gente. Então, não sabemos mais o que fazer (por favor, leia sobre as alucinações da IA).

"Aprendemos a assimilar e replicar blocos de conteúdo para que fossem bem ranqueados. Agora, há quem faça isso melhor que a gente. Então, não sabemos mais o que fazer" Click To Tweet

Mostramos uma pesquisa que indica que várias empresas substituirão pessoas por IA. Por mais que especialistas digam o contrário, a verdade é que muitos gestores já não conseguem defender a utilização de redatores.

Eu e você podemos pensar diferente, mas como conseguimos comprovar a necessidade deles sem cair em chavões bonitos?

Fomos medíocres por muito tempo.

Mas não precisamos mais ser. Declaro guerra agora.

Em vez de questionar a Inteligência Artificial, podemos trabalhar com ela. Duas mentes pensando em prol da sua audiência valem mais que uma.

Mas para isso, precisamos pensar de maneira mais estratégica.

"Fomos medíocres por muito tempo. Se uma equipe de conteúdo quiser provar sua necessidade, terá que pensar estrategicamente. Pelas emoções". Click To Tweet

O futuro já estava previsto

Kevin Kelly, em um livro de 2015, já destacava o quanto a criação de conteúdo dissolveria a ideia restrita de criação:

No futuro, o Google poderia facilmente aplicar a essa carta uma
injeção de inteligência artificial baseada em nuvem. Além de corrigir
automaticamente erros de ortografia e gramática, o site checaria as
informações relatadas no texto com seu novo verificador de fatos
batizado de Knowledge-Based Trust.
O Google poderia criar
hiperlinks para os termos apropriados e fazer (com meu
consentimento) acréscimos inteligentes para melhorar o conteúdo, o
que dissolveria ainda mais meu senso de autoria e posse daquele
texto.
Uma parcela crescente do trabalho e do entretenimento deixará
o âmbito isolado da propriedade individual e migrará para o mundo
compartilhado da nuvem, beneficiando-se ao máximo da IA e de
outras forças ali baseadas.

Inevitável Kevin Kelly/

O original está na experiência

Se deixarmos de lado o pensamento liderado por rankings, começaremos guiados pela experiência. E, aqui, não é relevante a experiência da pessoa quando usuária, mas quando pessoa.

Essa distinção é importante, uma vez que usar o termo experiência normalmente está ligado com UX ou com velocidade da página em SEO.

"Quando falamos de experiência em conteúdo, precisamos ir além de UX ou velocidade da página. Precisamos falar dos sentimentos e das emoções. De tudo aquilo que seu texto transmite a quem está lendo". Click To Tweet

Mas queremos dar um passo à frente. Subjetivo. Precisamos fazer com que nossos conteúdos sejam puro suco de emoções e sentimentos com a marca.

Sabe aquele livro que você guarda em seu coração com carinho? Pois é. É isso.

Ainda que você trabalhe com B2B, é possível impactar pessoas com experiências profundas.

Então, terminamos nossa conversa com aquilo que começamos. O original que você procura não está no seu redator, nem no ChatGPT. Está na experiência subjetiva de quem degusta o que você produz.

Enquanto você produzir textos, você terá textos. Quando você produzir experiências, terá experiências. E, na verdade, só experiências importam.

Saindo do forno

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