Entre o final da década de 2000 e início de 2010 o mundo era um lugar muito diferente.
Os computadores eram regra. Orkut era a rede social favorita. Ser influencer uma coisa difícil.
Por mais que pouco tempo tenha passado, o cenário hoje é muito diferente.
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Marketing de Conteúdo no início
É comum que o que vamos relatar aqui seja considerado como regra ou norma em muitos projetos de marketing de conteúdo até hoje. Para essas pessoas, saiam do Facebook.
Quando o marketing de conteúdo nasce no Brasil, a Internet como conhecemos ainda estava nascendo. Boa parcela da população não tinha Internet em alta velocidade. Então, conteúdo em vídeo não era tão acessível como era hoje, por exemplo. Como consequência, conteúdo textual era mais relevante e importante.
Mais do que isso, nesse estágio inicial, as pessoas absorviam conteúdo. Elas tinham interesse em aprender e ter contato com diversas experiências existentes.
Mas isso foi mudando aos poucos.
Maturação digital: eu = conteúdo
Com o tempo, os internautas não queriam mais apenas navegar na Internet. Eles queriam construir a própria Internet.
Essa necessidade fez com que as empresas mudassem seus paradigmas para sobreviver. O Youtube, por exemplo, deixou de ser uma espécie de TV na Internet para ser, de fato, uma rede social.
Quem vê, também cria. Quem cria, também vê.
Esse comportamento ficou ainda mais claro com o Tiktok. Embora ainda consideremos influencer uma pessoa que vive da influência digital, hoje, todas as pessoas são influencers.
Aqui está a grande mudança.
"No início, o conteúdo era disponibilizado por pessoas reconhecidas. Depois, pela própria comunidade. Por fim, todo mundo se tornou produtor de conteúdo em tempo real". Click To TweetNo início, o conteúdo era disponibilizado por pessoas reconhecidas no setor.
Depois, o conteúdo era disponibilizado por pessoas que se tornavam reconhecidas no setor.
Agora, o conteúdo é disponibilizado ao vivo por todas as pessoas.
Você é influencer digital. Quer você queira, quer não. O único ponto que diferencia você de outras pessoas, como Boca Rosa, é a quantidade de pessoas influenciadas.
Implicações dos creators ao Marketing de Conteúdo
Como vimos, no início, as pessoas esperavam que um certo grupo de pessoas ou empresas produzissem conteúdo. Depois, elas foram aprendendo conceitos de comunidade e aceitaram aprender com outras pessoas. Por fim, elas mesmas queriam ensinar e entreter. Todos estão no centro.
Se isso coloca as pessoas no centro, tira das marcas uma força absurda. Elas não são mais necessárias. A grande verdade é que se sua marca não produzir nenhum conteúdo ela será substituída por pessoas que fazem algo tão bom quanto.
Nesse sentido, as marcas deixam de competir entre elas para competir por todo bolo. Por vezes, precisam até mesmo pagar para impulsionar sua rede de seguidores e sem vistos.
"Se antes as empresas competiam entre si pela atenção das pessoas, agora, elas competem com todas pessoas, inclusive seu vizinho e seu amigo de faculdade". Click To TweetEntão, o que fazer?
Como fazer Marketing de Conteúdo na era dos creators?
Brian Piper diz:
Por que isso é importante para marcas que utilizam uma abordagem de marketing de conteúdo?
Brian Piper
Goste ou não, o movimento da economia criadora só vai crescer. Você compete por atenção, não apenas com seus concorrentes de produtos e/ou serviços, mas também contra criadores de conteúdo menores. Adicione Netflix, TikTok, BeReal, Wordle e milhares de outros aplicativos, e conquistar uma audiência é assustador (para dizer o mínimo).
Mas esses pequenos criadores e empreendedores de conteúdo não precisam ser sua competição. Eles podem ser seus parceiros influenciadores. Eles poderiam ser seus freelancers. Eles podem ajudá-lo a criar suas próprias assinaturas. Diabos, eles podem até estar disponíveis para compra (falaremos sobre isso em breve). Em em outras palavras, se você não pode vencê-los (e não pode), por que não se juntar a eles? Como profissional de marketing de conteúdo, é sua responsabilidade alavancar o criador economia quando e como você puder
Competir com as pessoas é algo que custa muito para qualquer empresa. Mas não precisa ser assim.
O público também devem criar
Mesmo que sua empresa tenha algum tipo de comunidade, você deve colocar sua audiência também como criadora de conteúdo para a própria marca. Isso acontece em vários níveis e maneiras.
Há empresas que aproveitam (com permissão, obviamente) conteúdo já criado pelas pessoas e fazem as publicações. Em outros casos, um conteúdo completamente novo é criado.
E tudo isso pode e deve contar no calendário editorial da empresa. Apareceu alguma oportunidade interessante, aproveite o timing. O calendário é uma forma da sua empresa organizar o conteúdo, não uma maneira para se aprisionar.
Confirma mais sobre isso aqui:
Ou seja, você deve contar com espaços relevantes do conteúdo da sua empresa criado por pessoas que não têm vínculo formal com ela.
A boa notícia é que a maior parte do seu público gostará de ter a visibilidade e colaborar com a empresa que gosta.
Dessa maneira, você conseguirá desenvolver uma política de bonificação que seja atraente, sabendo que as pessoas fariam isso de graça (e, provavelmente, já fazem).
Incentive a criação de conteúdo orgânica
Se, por um lado, você pode pensar em formas de aproveitar ou criar conteúdo com sua audiência (que, na verdade, não é audiência, são co-criadores), você também precisa pensar em formas para que ela também crie conteúdo orgânico para você.
Isso pode ser feito a partir de comunidades, utilização de redes sociais para que as pessoas criem conteúdos sobre assuntos pertinentes ou até mesmo comentários de blogs.
No caso das comunidades, do ponto de vista de SEO, você consegue engajar e ampliar creators para discutirem assuntos em comum, desde que a comunidade seja aberta aos mecanismos de busca.
A era do monólogo acabou
Se há muito espaço para deixar que as pessoas produzam conteúdo com sua marca, não há espaço para monólogo.
Você não fala mais sozinho. Construímos algo com alguém. Por isso, é tão importante entender as motivações, desejos e necessidades dos seus alguéns. Indo mais fundo, pode ser mais interessante saber o porquê dessas pessoas do que o seu.
Ao ler um artigo ou ver um vídeo, as pessoas tiveram uma série de emoções e entendimentos. Capturar tudo isso para sua marca é fundamental.

Então, converse com as pessoas. Antes, durante e depois de uma publicação. Deixe espaço para refinamentos em tudo que já foi feito (principalmente em formato textual) e naquilo que ainda virá.
Chame as pessoas para dançar
Em um mundo que vive por aquisição de novos clientes, por vezes, é difícil conquistar e manter o carinho de quem já é cliente.
Quantas vezes as ofertas para novos clientes são imperdíveis? Enquanto isso, um cliente acredita que não há benefícios em se manter atrelado à marca.
Mesmo nesse contexto, as pessoas querem uma experiência valiosa. Desejam saber que a empresa se importa com ela, com o que ela pensa e acredita.

Aqui, você pode pensar que houve um erro de concordância. Comecei falando de pessoas, mas terminei no singular. Mas é exatamente isso.
Cada pessoa quer saber que ela, individualmente, é relevante e importante para o andamento da empresa.
"As oportunidades são enormes. Só não esqueça do principal: as pessoas vão continuar criando conteúdo, não fale sozinho enquanto todo mundo está conversando entre si." Click To TweetA Web3 pode ajudar, por exemplo, em uma economia criativa para o público. Isso faz com que as pessoas tenham benefícios diretos ao criarem conteúdo com vocês.
As oportunidades são enormes. Só não esqueça do principal: as pessoas vão continuar criando conteúdo, não fale sozinho enquanto todo mundo está conversando entre si.
Não dá para fazer Marketing de Conteúdo da mesma maneira que no início da década passada.
A Internet não é um evento em que você transmite conteúdo. É um espaço de co-criação e trocas.
Crie com seu público e aproveite.