Vale a pena gastar milhões numa incrível produção que não fala diretamente da sua marca?

Desde 2022, a Oreo fazia algum mistério indicando que algo aconteceria sobre um possível episódio de Castelo Rá-Tim-Bum.

Depois, em uma produção interessante (e, provavelmente, cara) eles fazem questão de realizar o sonho de muitas crianças que viveram na década de 90: relembrar sua própria infância.

O que foi o Castelo Rá-Tim-bum?

O Castelo Rá-Tim-Bum foi uma série de televisão infantojuvenil e educativa brasileira, produzida e exibida pela TV Cultura entre 1994 e 1997. A história girava em torno de Nino, um menino de 300 anos que morava em um castelo mágico com seus tios feiticeiros e seus amigos humanos.

A série tinha como objetivo ensinar conceitos de ciência, arte, cultura e cidadania de forma divertida e criativa.

Se deseja ver em mais detalhes, acompanhe um dos episódios:

Qual foi a iniciativa da Oreo?

A iniciativa Oreo foi profunda e ousada ao mesmo tempo. Além de fazerem inserções sobre Castelo Rá-Tum-Bum, conseguiu prender a atenção e os mais diversos sentimentos do público que vivenciou o programa.

Será que terá algo maior?, todos se perguntavam.

Com tato surpreendente, conseguiram não só gerar conteúdo quanto inserir a marca em cada um deles.

Além de TV e redes sociais, a iniciativa também foi para as ruas, presente em pontos de ônibus.

Depois, o momento que todas as pessoas esperavam: o documentário, Castelo Rá-Tim-Bum: O Reencontro.

Inicialmente exibido na TV cultura e depois disponibilizado no YouTube da Oreo. Aqui, praticamente não há nenhuma menção a Oreo. Como veremos abaixo, essa é a promessa de valor.

Como usar antes, durante e depois

Você viu como a Oreo foi feliz em gerar suspense com um conteúdo que explicitava a marca, mas ao mesmo tempo era recheada de aspectos emocionais.

Entretanto, muita gente não viu o documentário na TV ou as inserções posteriores.

Por isso, Oreo continuou aproveitando o assunto para levar mais pessoas ao Reencontro.

Anúncio no Twitter

Veja bem, mais uma vez declaramos: os anúncios não vão morrer. Eles têm seu lugar em qualquer estratégia de marketing.

O que precisamos discutir é sobre a sua efetividade, bem como o valor gerado ao usuário.

Nesse caso, Oreo mostrou bem como produzir um anúncio com conteúdo e lembrança de marca.

Oreo e Americanas

Para a indústria, fazer Marketing às vezes é um desafio. É preciso impactar as vendas, mas, muitas vezes, elas são realizadas em outras empresas.

Em um processo que é comum, mas que nessa campanha foi feito com maestria, a Oreo levou tráfego para um hotsite dentro de Americanas:

Além disso, conectaram com todo trabalho realizado anteriormente:

Por fim, como a proposta desde o início era gerar conteúdo, não poderia faltar uma parte dedicada a proporcionar ainda mais valor aos usuários:

O que aprender sobre Conteúdo com a Oreo e o Castelo Ra-Tim-bum?

Ao voltarmos a nossa definição de Marketing de Conteúdo, temos dois pilares fundamentais:

• gerar valor (informando ou entretendo, ou os dois) para as pessoas;
• encontrar uma maneira de rentabilizar o trabalho.

Nem é necessário dizer que Oreo conseguiu passar por esses dois pontos. Ainda assim, vamos discutir isso mais a fundo.

A escolha de trazer os atores de Castelo Rá-Tim-Bum para reviver a experiência é um tipo de promessa feita ao público:

A proposta do conteúdo central é completamente voltada às pessoas. Elas estão no centro. Todos os fãs contavam os minutos para que novas informações fossem dadas. Ansiedade a mil.

Para rentabilizar a geração de valor, a Oreo conseguiu muito bem levar a marca nos micro momentos.

Seja com stories, na TV ou em um ponto de ônibus, você ligaria as emoções da infância ao Oreo.

Marketing de Conteúdo vai além da Buyer Persona

Ao fazer grandes campanhas, você se deparará com cenários que extrapolam em muito alguma representação de persona.

Você começa, aos pontos, a ser identificado como uma emoção e seu público passa a ser, justamente, quem vivencia tais sentimentos.

Dentro do público que desejava rever Castelo Rá-Tim-Bum, parte não consome Oreo. E talvez não vá consumir depois. Alguns, podem ser intolerantes à lactose. Outros, não gostam da grande quantidade de açúcar. Podem achar o produto muito caro. Ou mesmo não consumir biscoitos.

Mas a verdade é que isso é praticamente irrelevante. A magia que essas pessoas passarão para frente é o que importa.

Elas levarão o nome Oreo para quem realmente optará pela marca. Várias pessoas apresentarão aos seus filhos duas coisas: biscoitos Oreos e Castelo Rá-Tim-Bum.

É comum se fixar tanto em sua representação sem ficcional que você acaba se esquecendo que uma parcela das pessoas que consome seu conteúdo poderá passar seu conhecimento e atributos para frente.

Ou seja, um bom conteúdo é relevante para quem precisa dele. Esse é seu melhor público.

Nas ativações com anúncios, entretanto, faz muito sentido se ater ao máximo, às informações que você tem internamente. É melhor se preocupar com o público que você sabe que comprará mais os seus produtos.

Quem compra nem sempre é quem consome

Por mais que muitos adultos gostem de biscoitos, é inegável que as crianças ainda são uma parcela muito relevante do mercado de biscoitos recheados.

Mas, muitas vezes, os menores não vão às compras. Dessa forma, têm um poder de decisão menor sobre as marcas que serão compradas.

Nesse sentido, apelar aos sentimentos e sensações dos pais é uma estratégia importante para aumentar as vendas e criar uma nova geração de pessoas apaixonadas por Oreo.

Aposte em parceiros

Se fizer sentido, aposte em parceiros para ampliar a penetração da história que você quer contar. Mesmo que você tenha uma boa casa para seus conteúdos, por que não ilustrar seus sentimentos em outros locais?

Tenha residência física, mas de quando em quando faz bem tirar uns dias de nômade por aí.

É importante não depender de qualquer parceiro ou mídia. Assim, você poderá usá-los quando for importante para você.

O bom marketing é um conjunto

Como é comum acontecer nas empresas, uma estratégia é tomada em conjunto. Assim, todas as partes precisam convergir para fazer dela um sucesso.

Não faz sentido, por exemplo, que Mídia Paga, Conteúdo e SEO estivessem tocando seus projetos enquanto branding pensasse sobre Castelo Rá-Tim-Bum.

Nesse caso, não há Marketing Orgânico x Marketing Pago. Performance x Branding. Há esforços coletivos para fazer uma história bem sucedida e lucrativa.

Não é preciso escolher entre pago ou orgânico, performance ou branding. Todos podem e devem ser envolvidos em grande sinergia.

Quando uma parte luta sozinha, dificilmente sobrevive. Quase nunca tem os resultados que precisa.

Outro exemplo é a Coca-Cola que produz ótimos conteúdos. Ela une todas as formas possíveis de marketing para um resultado em conjunto expressivo. Quer saber mais? Então, veja!