InícioEstratégiaPalavras-chave e conteúdo: qual a melhor abordagem?
spot_img

Conteúdos Relacionados

AUTOR

WILLIAN PORTO

ESPECIALSITA EM MARKETING

Trabalhei mais de 17 anos com SEO. Experiência em diversas mídias e aficionado por marketing, canais e, principalmente com Conteúdo.
Descubra comigo como fazer conteúdo útil, relevante e itneressante para seu usuário.

Palavras-chave e conteúdo: qual a melhor abordagem?

[socialpoll id=”2892929″]

Qual o melhor termo para para “intenção de busca”? Perguntas para essas acontecem todo tempo.

As pessoas se acostumaram não só a tentar entender como as pessoas pesquisam por alguma coisa quanto para produzir conteúdo para os tópicos mais procurados.

Por mais que pensar na quantidade de buscas que um termo possa ter tem seu espaço, precisamos investigar qual deve ser a relação disso no dia a dia do Marketing de Conteúdo.

Qual o problema de ter uma estratégia de Conteúdo voltada para quantidade de pesquisas?

Embora ele seja uma ótima fonte de apoio para sua estratégia, ele não deve ser a base de formação da sua estratégia de marketing de conteúdo.

Alta concorrência

Os tópicos com maior número de pesquisas normalmente são muito concorridos. As ferramentas de pesquisa não são de propriedade sua, lembre-se disso sempre.

Isso significa que a mesma oportunidade que você está vendo, está sendo estudada por várias empresas.

"Os tópicos com maior número de pesquisa são muito concorridos. Não ache que as ferramentas de pesquisa, como o SEMRush, são usadas apenas por você. A oportunidade que você está vendo também está sendo estudada por várias empresas". Click To Tweet

Intenção de busca

Por mais que um determinado tópico tenha muita procura, isso não significa que as pessoas têm o mesmo objetivo que você deseja para elas.

A dúvida em questão pode ser, por exemplo, para um trabalho de escola primária. Nesse caso, se pergunte se você deseja construir sua audiência com essas pessoas.

Por isso, é comum ver que vários conteúdos, por mais que sejam otimizados e bem construídos têm uma taxa muito baixa de interação.

As pessoas, simplesmente, não querem interagir.

Dificilmente uma pessoa que procurou por “qual foi o primeiro presidente do Brasil” visitará Marechal Deodoro, mas pode se interessar por sua vida e obra. Quais são os objetivos da sua equipe?

Pior que a interação, em alguns casos, as pessoas não querem nem clicar. No caso acima, talvez eles tenham descoberto que Marechal Deodoro foi o primeiro presidente e tenham ficado satisfeitas.

Nesse caso, a cidade alagoana nem sempre lembrada como fonte da informação.

Por outro lado, se as informações procuradas são valiosas ou sentimentais para o público, provavelmente se interessarão em entender mais sobre aquilo que procuraram.

Então, por mais alta que sejam as pesquisas em torno de um tópico, deve-se avaliar a relevância e a necessidade daquele público.

Vaidade

Em muitas empresas, SEO tem se transformado em uma divisão que busca pelas vaidades. Alguns gerentes de marketing precisam que determinados tópicos estejam na primeira posição, mesmo sem saber o motivo para isso.

SEO precisa estar conectado com seu negócio, não o contrário. Em temos de discussão de onde a equipe deve estar posicionado (dentro de produtos, growth ou marketing), o importante é que ela esteja conectada dentro de produtos, growth e marketing, independentemente de onde esteja no fluxograma.

O tráfego deve existir para ajudar toda a empresa a alcançar seus objetivos. Ter um blog de 1 milhão de visitas mensais é legal. Mas você conseguiu criar um senso de comunidade? Você conseguiu rentabilizar essas visitas? Ela gera novas oportunidades de negócios? Ela melhorou a visibilidade da marca?

"SEO precisa se conectar com o negócio, não o contrário. Ao final, o que você gera com todo tráfego recebido? Se não sabe, talvez seja apenas uma pessoa adivinhando para onde um carro qualquer na rodovia vai". Click To Tweet

Imprecisão de informações

Robert Rose chega a comparar o Google a uma rodovia.

Sabe por quê? Isso seria como olhar para a rodovia, a partir de um viaduto, e escolher de lá que carro você deve comprar.

O ponto é: o Google é uma imensa rodovia em que passam diversos carros a todo momento. Em uma visão de cima, é difícil entender qual seria o melhor carro.

Em um primeiro momento, você não consegue nem mesmo distinguir os carros, já que estão em alta velocidade. Além disso, você não tem informações suficiente para tomar boas decisões.

Como será o câmbio desse carro? Ele é seguro? É confortável? São perguntas que você não consegue responder a partir do viaduto. Precisa ir à concessionária. Ver os reviews. Entender de perto.

Quem sabe mais: você ou o Google?

O Google é uma boa fonte de informações. As pessoas pesquisam muito sobre suas dúvidas e preocupações. Entretanto, ele é apenas o que dissemos acima: uma boa fonte de informações.

Se você tiver quase ou mais de 30 anos, provavelmente, fez pesquisas de escola na Barsa ou em qualquer outra enciclopédia disponível.

Nesses casos, toda sua pesquisa estava limitada à data de publicação. Por mais que melhores estudos ou informações estivessem disponíveis, você não teria acesso.

Da mesma forma, o Google é uma boa forma de entender seu público hoje. Mas nem tanto para entender para que lado o seu mercado vai ou quais são as dores mais importantes.

Ele é fenomenal para entender os interesses atuais, tópicos e termos populares. Mas pouco consegue dizer sobre o amanhã.

Nesse caso, provavelmente, você está mais apto a dizer. Quem convive, entrevista e vive com essas pessoas tem mais informações para dizer sobre o que elas estarão pesquisando e fazendo amanhã.

Aliás, um bom trabalho em geração de demanda ajuda a construir hoje o amanhã.

"Enquanto o Google é útil para entender o presente, um bom trabalho em geração de demanda ajuda a construir hoje o amanhã". Click To Tweet

Por isso, em tom divertido, Nizan Guanaes diz ser o Chief Desnecessary Office. Em sua visão, toda empresa precisa de alguém para cuidar do que é desnecessário hoje, mas que poderá mudar o mundo amanhã. Como o carro era desnecessário antes da sua invenção.

O mesmo acontece com Marketing de Conteúdo. Quem apenas é pautado, não abre espaço para o desnecessário, a disrupção e ao desconhecido. Inicialmente, pela desculpa de não ter tráfego.

Essa pessoa acaba se tornando um perseguidor de caudas.

Os perseguidores de caudas

A cauda pode ser longa ou curta. Em alguns casos, o trabalho de vários profissionais de SEO se voltam para otimizar tais caudas. Às vezes, há um planejamento para que isso seja realizado ao longo do ano.

Entretanto, por vezes, o momento mais relevante já se foi. Talvez o hype já tenha passado ou as pessoas estejam aspirando por novas coisas agora. Nesse caso, de nada terá adiantado estar na primeira página ou na primeira posição.

As pessoas procuram por aquilo que não existe

Uma pesquisa publicada pela SEMRush no final de 2022, mostra que pelo menos 30% das pessoas precisam refazer suas pesquisas para tentar encontrar aquilo que procuraram.

Soma-se a isso, a quantidade de termos que não aparecem nos bancos de dados do Google ou das ferramentas terceiras, mas que recebem uma quantidade expressiva de tráfego.

Por isso, contar apenas com os termos já existentes é deixar ser pautado. Para piorar, você será pautado por aquilo em que empresas já produziram. Você pode fazer melhor que eles, é verdade. Mas, se possuem uma equipe estruturada, será uma verdadeira guerra. É sobre quem otimiza mais e melhor.

Nesse caso, a recomendação de uma das ferramentas é:

  1. Você se depara com um trending topic que acha que ele pode correr– mesmo que ainda não haja um volume de pesquisa relatado, muitas vezes vale a pena criar uma página para entrar primeiro.
  2. Você se depara com um tópico lucrativo com potencial para converter visitantes – Mesmo algumas visitas dessas palavras-chave podem valer $$$$, então por que não criar uma página em torno dele e ver o que acontece?

Como diz uma postagem no LinkedIn:

“A questão é que nem todas as ferramentas de pesquisa de palavras-chave são confiáveis ​​e fornecem consistentemente dados corretos quando se trata de localizar palavras-chave de baixa concorrência e alto tráfego (que é o objetivo final)”.

Pollock, LinkedIn

Eles continuam, dizendo que “estas são palavras-chave que têm pouco ou nenhum volume de pesquisa mensal, mas ainda podem ser classificadas na primeira página do Google. Embora eles possam não receber muitas pesquisas, eles ainda podem gerar uma quantidade razoável de tráfego e gerar conversões”.

Sabe por que tudo isso não é tão previsível como as ferramentas podem sugerir?

Pois 15% das pesquisas diárias não foram feitas antes. Isso significa que 15% do volume não foi pensado ou planejado para ser realizado. Você pode pegar parte disso focando naquilo que não existe ou existe mal.

Você pode liderar o pensamento de mercado e ter aquisição orgânica

É melhor receber as pessoas que estão procurando por uma solução ou mostrar ao povo que uma nova solução existe?

Essa pergunta é fundamental para ser respondida se você quer liderar o pensamento de mercado. Os líderes criam novas alcunhas, fazem novas metodologias e levam todo o mercado para onde querem.

Eles se preocupam menos com aquisição orgânica. Isso por trabalharem como um imã. Eles fazem com que o orgânico venha até eles.

Os achocolatados, por exemplo, são divididos em dois grupos: Nescau e Toddy. Embora existam centenas de opções, as pessoas se referem, normalmente, a uma dessas duas.

Nescau ou Toddy? Somadas, as opções são 5 vezes mais procuradas que achocolatado. SEMRush, Fev/2023

Então, como marca, a empresa não precisa se preocupar com os itens que serão veiculados fortemente quando alguém procurar por Nescau.

Quem busca por Nescau encontrará Nescau.

A empresa ainda ocupa as duas primeiras posições no orgânico para o termo. Isso significa que o mais importante para a Nestlé não é se preocupar com as otimizações de ‘Nescau’, mas fazer com que as pessoas continuem chamando o achocolatado de Nescau, não de achocolatado. Muito menos de Toddy.

A longo prazo, faça o Google correr atrás de você

Uma comunidade relevante e coesa chama o Google. Essas comunidades tendem a ter alta quantidade de backlinks (links feitos para se referir a essas páginas), fazendo com essas páginas e outras sejam mais bem conceituadas.

Isso acontece pelo fato de sua marca e, principalmente, suas páginas terem alto grau de apoio e confiabilidade de comunidade na Internet.

Por isso, construir conteúdos compartilháveis em uma comunidade compartilhável é tão importante.

Ao ter um conteúdo importante para um grupo de pessoas unidas, seu SEO será mais forte.

"Ao ter um conteúdo importante para um grupo de pessoas unidas, seu SEO será mais forte. Mais do que isso, você dependerá menos de SEO". Click To Tweet

Uma estratégia que não dependa de atualizações de algoritmos

Você, como profissional de marketing, já deve ter sentido na pele uma atualização do Google. Para cima ou para baixo, você deve ter sentido todos os efeitos.

As equipes de SEO, normalmente, monitoram diariamente como os motores de busca têm encarado as páginas. Em todos há um grande suspense sobre os próximos passos.

Entretanto, por mais que SEO seja tipo de tráfego orgânico, ele ainda é veiculado em um espaço alugado. Isso significa que há pouco controle sobre os próximos passos da página de resultados de pesquisa (SERP).

É o Google, a Microsoft, Yahoo! (ou quem mais que seja) que dirão onde, como e quando os resultados orgânicos aparecerão.

Sem uma boa comunidade, você sempre estará passível em perder tráfego. Por mais que determinados profissionais de SEO digam que há estratégias blindadas de atualizações, na prática, todos podem perder e ganhar.

O que acontecerá se o Google (e seus concorrentes) morrerem hoje? Se forem proibidos pelo governo? Sua empresa estará fadada ao fracasso?

Ao construir uma marca e uma comunidade fortes, você verá SEO como um tipo de investimento extra, que ajuda a colocar mais pessoas dentro da sua comunidade, não como algo que faz a roda girar.

"O que acontecerá se o Google morrer hoje? Sua empresa estará fadada ao fracasso? Ao construir uma marca e uma comunidade fortes, você verá o SEO como quem coloca mais gente dentro da comunidade, não como quem faz a roda girar" Click To Tweet

Use seu conteúdo para gerar confiança e paixão

Como conclusão, se você quer liderar em longo prazo o Google e ver que sua estratégia de SEO é bem sucedida, você precisará trabalhar com as experiências que levam as pessoas a resolverem seus problemas, se divertir e ficarem satisfeitas.

O conteúdo não serve como combustível ao SEO. Ao contrário, o SEO alimenta e perpetua um valor nobre à sociedade. SEO é o grande servo do conteúdo, não o contrário.

Por isso, nossos maiores esforços deveriam ser produzir conteúdo relevante e interessante no momento certo para o público para depois investirmos em dar a maior visibilidade possível.

Embora a equipe de SEO possa e deva participar do planejamento de futuras pautas, as empresas devem lembrar que a missão de todo conteúdo é ser algo único e relevante para o público.

Por isso, por mais que rechear um texto de palavras-chave possa funcionar em um primeiro momento, ele tira o seu principal ativo: obtenção de uma audiência interessada e fiel no que você pode falar no futuro.

Quando o interesse é gerar valor, você criará, provavelmente, pautas com várias palavras-chave. Mesmo que não tenha pesquisado por elas. Tudo sem perceber.

As palavras-chave são apenas um dos itens que você deve considerar para gerar mais oportunidades no presente e no futuro.

Quer saber como fazer esse conteúdo? Então, entenda um pouco mais sobre o que é Marketing de Conteúdo.

Saindo do forno

Do mesmo autor

× Como posso te ajudar?