Você não sabe tanto assim sobre seus consumidores…

… Para surpresa de ninguém, os profissionais de marketing valorizam muito a importância que o propósito tem na mente dos consumidores.

Por mais que as pessoas digam uma coisa, pensem outra e pratiquem uma terceira, esse tipo de pesquisa é importante para nos colocar em nosso lugar.

Os clientes se importam com propósitos?

No Reino Unido, por exemplo, praticamente metade dos consumidores concordariam com os profissionais de marketing sobre envolvimento social e propósito (31% dos profissionais de marketing acreditam ser muito importante, contra 16% dos consumidores).

Nos EUA, 40% acreditam ser neutro ou desnecessário. Enquanto isso, os profissionais de marketing somam apenas 15%.

Ao avaliar a importância (1 é o mais importante), os consumidores votaram em preço, mas os profissionais de Marketing em propósito.

Não deixe que suas teorias te afastem ainda mais de quem realmente importa.

Fonte: Rival Spark: June 2023 – Brand Purpose: Will the Marketers Save Us?

Por que marketeiros se importam mais com propósitos do que os próprios clientes?

Em algum momento, decidiram que os clientes se importam com propósitos de marca. Depois, com Simon Sinek, tomamos isso como uma verdade incontestável.

Sendo um dos dez mandamentos atuais, precisamos justificá-los a todo custo.

Mas os clientes não precisam. Exceto se isso for a eles perguntado.

Se você puder ajudar o meio ambiente, comprando de lojas certificadas, você faria?

Esse tipo de pesquisa aparece a todo momento. Mas é tão problemática que nem deveríamos conversar sobre isso.

Obviamente, as pessoas dizem que ajudariam o meio ambiente e a qualquer pessoa que aparecer. Elas não querem dizer que não se importam com isso. Elas não dirão isso.

Mas a verdade é que justamente não se importam.

Eu e você já temos muitos problemas para resolver. Imagine só se você precisasse pesquisar como cada empresa pensa e age antes de comprar cada item?

Como são feitos os smartphones da Apple antes de comprar. Será que os bomboms da Garoto tem uma cadeia de valor relevante? Os produtos Jequiti usam mão de obra escrava? E os molhos de tomate vendidos na esquina?

Obviamente, todas essas respostas são importantes. Mas não temos tempo. Nem queremos gastar nosso tempo com isso.

Exceto pessoas que, de fato, se importam com a temática, as demais pessoas tomam decisões praticamente no piloto automático.

Recentemente, minha mãe desejava comprar margarina com creme de leite. Mas ela não sabia o nome da marca que vendia o item. Esse é o tipo real de dilema que todos os marketeiros deveriam trabalhar para resolver.

No fim, as pessoas se importam tão pouco com as marcas que até se esquecem do nome do produto que gostam.

Deixar esse processo mais simples e eficiente é um dos principais pontos que precisam ser trabalhados.

A verdade é que nós queremos a solução mais adequada para um evento da forma mais prática possível.

O que fazer com um marketing de outro mundo?

Precisamos trazê-los para a Terra.

Precisamos nos conectar com os problemas verdadeiros. Entender os dilemas que, de fato, existem para os nossos compradores da categoria.

Com pouca exceção, temos tanto trabalho para fazer que forjar um propósito está longe de ser a tarefa mais adequada.

Boa parte das empresas troca de forma aleatória seus próprios ícones, fazem embalagens duvidosas e não conseguem se conectar a situações reais de uso.

O que importa que a marca está caindo, nós temos um propósito.

Não tenho nada contra os propósitos (leia o conteúdo aqui), mas focar demais nisso pode fazer com que sua empresa não comece, mas morra com um propósito.